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O conto a Bela e a Fera numa visão da abordagem junguiana

  • Foto do escritor: Ana Paula  Botelho dos Santos
    Ana Paula Botelho dos Santos
  • 13 de fev.
  • 3 min de leitura


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A abordagem junguiana para o conto A Bela e a Fera permite uma análise profunda dos arquétipos e do processo de individuação presentes na história. Vamos explorar os principais elementos simbólicos a partir da psicologia analítica de Carl Gustav Jung.


1. Arquétipos e Personagens


A Fera – A Sombra e o Animus


A Fera representa a Sombra, ou seja, os aspectos reprimidos, instintivos e primitivos da psique. Ele também pode ser visto como o Animus, a parte masculina do inconsciente feminino, que pode começar de maneira rude e dominadora, mas se transforma conforme é integrado à consciência.


A Fera era um príncipe que foi amaldiçoado por sua arrogância e egoísmo, características típicas da Sombra não reconhecida. Ele vive isolado em seu castelo, um símbolo do inconsciente profundo, e precisa do olhar amoroso de Bela para resgatar sua verdadeira natureza.


Bela – A Anima e o Processo de Individuação


Bela personifica a Anima, a parte feminina da psique, e sua jornada reflete o processo de individuação, ou seja, a integração de aspectos inconscientes na consciência.


Ela começa como uma jovem ingênua, mas ao longo da história, enfrenta o medo, a solidão e o desconhecido, amadurecendo e desenvolvendo um olhar mais profundo sobre a vida e sobre si mesma. Sua capacidade de ver além da aparência bruta da Fera simboliza o reconhecimento da Sombra e a aceitação de aspectos reprimidos da psique.


O Pai de Bela – O Velho Sábio e a Jornada da Heroína


O pai de Bela representa o arquétipo do Velho Sábio, mas em sua forma enfraquecida. Ele é um inventor e sonhador, mas sua fragilidade faz com que Bela precise assumir responsabilidades e tomar decisões difíceis, como se oferecer no lugar dele para ficar com a Fera. Esse sacrifício simboliza o abandono da dependência paterna e o início da jornada de individuação de Bela.


Gaston – A Persona e a Sombra Recalcada


Gaston, o pretendente arrogante de Bela (na versão da Disney), representa a Persona, a máscara social que tenta esconder os instintos primitivos. Ele aparenta ser um herói, mas sua obsessão por Bela e sua necessidade de dominação revelam uma Sombra não integrada. Seu ódio pela Fera reflete sua incapacidade de aceitar sua própria parte selvagem.


2. Simbolismo dos Elementos Narrativos


O Castelo da Fera – O Inconsciente


O castelo da Fera é um local sombrio e misterioso, que remete ao inconsciente. Ao entrar nesse espaço desconhecido, Bela confronta seus medos e descobre partes de si mesma que antes estavam ocultas.


A Rosa – O Self e a Transformação


A rosa encantada, cuja queda das pétalas marca o tempo que resta para a Fera se redimir, representa o Self, o centro da psique que busca integração. A rosa também simboliza a beleza interior e o amor verdadeiro, que só pode florescer quando a Sombra é reconhecida e integrada.


O Espelho Mágico – A Conexão com o Inconsciente


O espelho mágico da Fera permite que Bela veja a realidade além das aparências. Esse espelho representa a função reflexiva da psique, que permite à consciência acessar conteúdos inconscientes e obter insights.


3. O Processo de Individuação


A jornada de Bela e da Fera reflete o processo de individuação, que é o caminho para a integração dos opostos dentro da psique.

1. Confronto com a Sombra – Bela inicialmente teme a Fera, mas com o tempo, passa a enxergar além de sua aparência bestial. Esse é o primeiro passo na individuação: reconhecer a Sombra e aceitá-la.

2. Integração do Animus e da Anima – O amor de Bela ajuda a transformar a Fera, permitindo que ele retorne à sua forma humana. Isso simboliza a integração do Animus na psique feminina e da Anima na psique masculina.

3. Síntese e Transcendência – No final, a união entre Bela e o príncipe representa a conquista de um estado mais elevado de consciência, onde os opostos são reconciliados e o verdadeiro self é alcançado.


Conclusão


A história de A Bela e a Fera é uma metáfora poderosa para o processo de autoconhecimento e transformação psíquica. Sob a ótica junguiana, o conto ilustra a necessidade de integrar a Sombra, aceitar e equilibrar as polaridades internas (masculino e feminino, racional e instintivo) e, assim, alcançar uma individuação plena.


O final feliz da história simboliza a harmonia entre os opostos e a realização do verdadeiro self, mostrando que o amor e a aceitação da totalidade da psique levam à verdadeira transformação.

 
 
 

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Terapia

Ana Paula Botelho 

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